EM CONSTRUÇÃO
Nilson Chaves
Carlos Nilson Batista Chaves (Belém do Pará, 8 de novembro de 1951) é um instrumentista (violista), cantor e compositor brasileiro.
Eternizou-se em sua terra natal pela canção "Sabor Açaí". Sendo um dos cantores paraenses mais conceituados no mercado internacional, confessa seu orgulho de ser um artista genuinamente amazônico. Tem dois CDs lançados na Europa, já se apresentou em uma série de shows pela Alemanha e França. Já recebeu indicação ao Grammy Latino, o Oscar da Música Latino-americana. Foi um dos grandes destaques do Fercapo (Festival Regional da Canção Popular) promovido em Cascavel (Paraná) pelo Tuiuti Esporte Clube, entre 1984 e 1986.
Nilson Chaves tem parceiros por todo Brasil, dentre eles o compositor maranhense Jamil Damous, e construiu muitas amizades ao longo de 50 anos de existência que se traduzem em algo importante em sua vida. Foi por saudades dos amigos que ele começou a cantar o Pará, à época em que morava no Rio de Janeiro. Daí a marca de suas músicas influenciada pelas misturas de ritmos paraenses e por colegas, também paraenses, nacionalmente conhecidos.
Foi Sebastião Tapajós, paraense conhecido internacionalmente, principalmente na Alemanha, quem lhe ensinou a aprimorar as técnicas de violão. Lenine, Chico César e Flávio Venturini o influenciaram também contribuindo para a sua formação musical.
Gravou o LP "Abre Alas" (com Vital Lima), para o LP em homenagem a Chiquinha Gonzaga. Com Vital Lima realiza vários espetáculos em cidades brasileiras. Com a gravadora VISOM gravou o LP 'Interior', em 1986, que se tornaria um grande sucesso da dupla no Norte do país. Em 1992, dividiu com Vital Lima a concepção e interpretação da obra do compositor amazônico Waldemar Henrique no LP 'Waldemar' que, relançado comercialmente em CD em 1994, foi considerado um dos dez melhores lançamentos do ano pela crítica do jornal 'O Globo' do Rio de Janeiro.(1) A relação com a música começou cedo, quando seu pai era proprietário de uma aparelhagem de som que, além de embalar os bailes, servia para a divulgação de propagandas de trabalhos vindos diretos das gravadoras. Foi assim, acompanhando o pai, que Nilson descobriu João Gilberto, Nara Leão, Maysa, Dolores Duran, pessoas que influenciaram em sua arte.
Atualmente é presidente da Fundação Cultural do Pará Tancredo Neves (FCPTN).
Gaby Amarantos
Gabriela Amaral dos Santos (Belém, 1 de agosto de 1978), mais conhecida como Gaby Amarantos, é umacantora e compositora brasileira de pop, tecnobrega, MPB.
Nascida no bairro de Jurunas, na periferia de Belém do Pará, Gaby iniciou sua carreira como cantora na Paróquia de Santa Teresinha do Menino Jesus, onde participava do coral. Chamava atenção por sua voz grave, mas suave, tendo sido convidada para se apresentar em bares da capital paraense com a Banda Chibantes, onde cantava acompanhada do violonista Cléber Viana. Posteriormente, conquistou grande êxito na música paraense com aBanda Tecno Show. Gabi tem um filho chamado Davi.
Conhecida por sua exuberância e por seu figurino extravagante - composto por brincos grandes, sapatos de 20 centímetros de altura com leds, roupas coloridas, cílios postiços, apliques de cabelo e acessórios coloridos -, foi uma das responsáveis pelo surgimento e difusão do tecnobrega, ritmo que virou febre na Região Norte do Brasil. Ficou conhecida nacionalmente após lançar a música "Hoje Eu Tô Solteira", uma versão da música "Single Ladies", da cantora americana Beyoncé, e escrita pela banda paraense Banda Os Brothers. O sucesso da música rendeu a Gaby o apelido de "Beyoncé do Pará". O seu segundo sucesso nacional, "Xirley", já possui mais de um milhão de acessos no YouTube.
Em maio de 2012, Gaby lançou seu primeiro disco solo, intitulado Treme, com produção de grandes nomes comoCarlos Eduardo Miranda e Felix Robatto. O segundo single do álbum, "Ex Mai Love", é o tema de abertura da novela Cheias de Charme, da Rede Globo. Já participou dos programas Fantástico, Tudo É Possível, Domingo Espetacular, Altas Horas, Bem Estar, Caldeirão do Huck, Esquenta!, Domingão do Faustão, Agora é Tarde,Superpop e De Frente com Gabi.
Foi indicada a diversos grandes prêmios da música, Grammy Latino, MTV Video Music Brasil, onde venceu as categorias de Artista Feminina e Artista do Ano de 2012; Prêmio Multishow onde venceu na Categoria de Novo Hit, com "Ex Mai Love"; o troféu de Cantora da Associação Paulista de Críticos de Arte, quando foi escolhida a melhor cantora de 2012; Melhores do Ano, entre outros. Em 2011, foi eleita pela revista Época como uma das 100 personalidades mais influentes do Brasil.
Após ter causado um frisson na mídia internacional, Gaby Amarantos é convidada para se apresentar em Cannes. Gaby Amarantos se preparou para sua apresentação no Festival de Cinema de Cannes.
Ela preparou um figurino toda especial, com um cocar feito com penas indígenas e acessórios tecnológicos. A apresentação aconteceu em maio de 2013.
Gaby Amarantos se apresentou no "Brasil Summer Fest" em Nova Iorque, sendo o seu debut nos EUA, em 20 de julho de 2013 no Central Park SummerStage.
Jane Duboc
Aos treze anos de idade Jane Duboc já fazia apresentações filantrópicas no colégio onde estudou, na televisão e em festivais. Em Belém, formou o conjunto Ilusão e, quando morou em Natal, o Quarteto das Tri, cujo nome se deve ao fato de todas as integrantes terem sido tricampeãs nos esportes (era um conjunto que imitava oQuarteto em Cy). Atuou muito como esportista, ganhando muitas medalhas em competições estaduais denatação, voleibol, tênis e tênis de mesa. Pelas qualidades esportivas, a Assembléia Legislativa de Belém criou o Prêmio Jane Duboc Vaquer para incentivar todos os esportistas paraenses.
No início da década de 1980, participou do filme americano, Blame It on Rio. Em 1983, fez uma participação especial como vocalista no álbum Depois do Fim, da banda brasileira Bacamarte, considerado pela comunidadeProg Archives como um dos 100 Melhores Álbuns de Rock Progressivo de Todos os Tempos
Jane tem um filho, o cantor Jay Vaquer.
Jayme Ovalle
Jayme Ovalle ou Jaime Ovalle (Belém do Pará, 1894 - Rio de Janeiro, 1955) foi um compositor e poeta brasileiro. Grande conhecedor da música popular, tocava violão em choros e serestas.
Leila Pinheiro
Leila Toscano Pinheiro (Belém do Pará, 16 de outubro de 1960) é uma cantora, compositora e pianista brasileira.
Leila iniciou-se no estudo de piano aos dez anos, no Instituto de Iniciação Musical. Em 1974, Leila desiste das aulas teóricas de música e passa a estudar piano com um conterrâneo, Guilherme Coutinho, músico de talento e presença importante no cenário musical de Belém.
Em 1980, ela abandona - no segundo ano - o curso de medicina e em outubro, estreia o primeiro espetáculo, Sinal de Partida (realizado no Theatro da Paz, em Belém), onde estreou como cantora profissional. Em 1981, muda-se para o Rio de Janeiro onde gravou o primeiro LP, o independente Leila Pinheiro, produzido por Raimundo Bittencourt. Excursionou com o Zimbo Trio em 1984, realizando uma série de espetáculos pelo exterior, mas o sucesso veio na verdade quando ganhou o prêmio de cantora-revelação no Festival dos Festivais (TV Globo,1985), onde interpretou a canção Verde, que foi classificada em terceiro lugar consecutivo e é o primeiro sucesso radiofônico.
A convite do então diretor artístico Roberto Menescal, Leila assinou contrato com a gravadora Polygram(atualmente Universal Music). O disco que marca a estreia nessa gravadora é Olho Nu, que lhe garantiu o prêmio de melhor intérprete no Festival Mundial Yamaha. O álbum, muito elogiado pela crítica especializada, obteve vendagem significativa. No ano seguinte, recebe da Associação Brasileira de Produtores de Disco (ABPD) o Troféu Villa-Lobos, como revelação feminina.
Colecionando muitos prêmios, a partir daí prosseguiu com mais dois discos: Alma e principalmente Bênção Bossa Nova. Este último foi lançado em comemoração aos trinta anos de bossa nova no Brasil. Produzido por Roberto Menescal para o mercado japonês, o disco vendeu duzentas mil cópias - marca jamais atingida por um disco deste gênero de música até então. A partir daí Leila passou a ser conhecida como cantora de bossa nova, rótulo este que seria reforçado com o lançamento do disco Isso é Bossa Nova (1994), que marcou a estreia na gravadora EMI e foi o último a ter versão em vinil. Nesta gravadora, também lançou Catavento e Girassol, um tributo aos cantores e compositores Guinga e Aldir Blanc, Na Ponta da Língua (1998), que trouxe canções inéditas de compositores novatos e Reencontro (2000), um tributo aos cantores e compositores Ivan Lins e Gonzaguinha.
No final dos anos 90 fez espetáculos com o parceiro e amigo Ivan Lins nos Estados Unidos e ainda um tributo aTom Jobim realizado na casa de espetáculos nova-iorquina Carnegie Hall. Também participou de outros projetos especiais, tais como Tributo a Tom Jobim (Som Livre) e Sinfonia do Rio de Janeiro, de Francis Hime. Em 1998 participou do Festival Brazilfest, ao lado de Bebel Gilberto, Patricia Marx, Carol Saboya e do grupo de câmaraQuinteto d'Ellas, projeto que foi idealizado na concha acústica de uma casa de espetáculos nova-iorquina,Damrosch Park, Lincoln Center de Nova Iorque (Estados Unidos).
Em 2001 retornou à antiga gravadora, pela qual lançou o CD Mais coisas do Brasil, o primeiro ao vivo da carreira, também rendeu o primeiro DVD. O repertório trouxe regravações dos antigos sucessos entre outras canções consagradas. Transferiu-se para a independente Biscoito Fino em 2004, onde gravou o CD Nos horizontes do mundo (2005), cujo título provisório era Hoje - que deu título ao álbum lançado por Gal Costa. O sucesso do álbum acabou por gerar o espetáculo homônimo, de onde veio o trabalho mais recente da carreira: Nos horizontes do mundo - ao vivo. Entre os méritos este conta ser o segundo disco ao vivo e DVD da cantora, após Mais coisas do Brasil.
Fafá de Belém
Fafá de Belém,
Maria de Fátima Palha de Figueiredo
(Belém, 9 de agosto de 1956),
Começou sua carreira musical fazendo pequenas apresentações em eventos. Fafá ganhou reconhecimento nacional quando, em 1975, a música "Filho da Bahia", cantada por ela, foi introduzida na trilha sonora da telenovela Gabriela.
Euclides Vital Porto Lima (Belém do Pará, 23 de julho de 1955) é um compositor e intérprete brasileiro.
Maria de Fátima Palha de Figueiredo
(Belém, 9 de agosto de 1956),
Começou sua carreira musical fazendo pequenas apresentações em eventos. Fafá ganhou reconhecimento nacional quando, em 1975, a música "Filho da Bahia", cantada por ela, foi introduzida na trilha sonora da telenovela Gabriela.
Beto Barbosa
Raimundo Roberto Morhy Barbosa
Conhecido como Beto Barbosa, é um cantor e compositor brasileiro.
Rei da Lambada, surgiu na década de 1980.
Famoso compositor de "Adocica", um de seus grandes sucessos que vendeu cerca de três milhões de cópias. Ao longo de sua carreira, gravou 10 LPs e 11 CDs. Ganhou diversos prêmios, como o Troféu Imprensa.
VITAL LIMA
Em 1974 participou do 1º Festival de Música e Poesia Universitária, em Belém, ao lado de Fafá de Belém que interpretou uma de suas músicas. No júri do Festival estava o poeta Hermínio Bello de Carvalho. Seu primeiro trabalho registrado em disco é a canção Rock'n Roll, selecionada por Hermínio para o repertório do espetáculo 'Te Pego Pela Palavra' estrelado por Marlene, no Rio de Janeiro.
Vital percorreu várias capitais brasileiras como participante do Projeto Pixinguinha, ao lado de artistas como Carmélia Alves, Antonio Adolfo, Fafá de Belém e Belchior. Mais tarde dividiu o palco do projeto 'Seis e Meia' com Emílio Santiago.
Em 1980, gravou o LP 'Cheganças' e sua música 'Arisco' foi classificada para o Festival MPB-80 da Rede Globo. Convidado por Antonio Adolfo gravou as faixas 'Forrobodó' e 'Abre Alas' (com Nilson Chaves), para o LP em homenagem a Chiquinha Gonzaga.
Em julho de 1984, vence o Festival Regional da Canção Popular de Cascavel (PR) com a música Vale a Pena.
Com Nilson Chaves realiza vários espetáculos em cidades brasileiras que acabam motivando o convite da gravadora VISOM para a gravação do LP 'Interior', em 1986, que se tornaria um grande sucesso da dupla no Norte do país.
Em 1990, gravou o LP 'Vital', registrando suas novas composições em lançamento do selo 'Outrosbrasis'.
Em 1992, dividiu com Nilson Chaves a concepção e interpretação da obra do compositor amazônico Waldemar Henrique no LP 'Waldemar' que, relançado comercialmente em CD em 1994, foi considerado um dos dez melhores lançamentos do ano pela crítica do jornal 'O Globo' do Rio de Janeiro.
Em 1997, Vital Lima produziu com a gravadora Outros brasis o CD 'Chão do Caminho', coletânea remasterizada de seus trabalhos lançados em vinil.
O artista também compõe para peças de teatro, destacando-se as trilhas das peças “O cândido Chico Xavier' e 'Bonequinha de Pano', de Ziraldo, estrelada por Zezé Fassina, sobre letras de Jamil Damous e do próprio Ziraldo. O trabalho recebeu o prêmio 'Maria Clara Machado' de Melhor canção/trilha de Teatro Infantil de 2003, concedido pela Prefeitura do Rio de Janeiro.
Waldemar Henrique
Waldemar Henrique da Costa Pereira (Belém do Pará, 15 de fevereiro de 1905 — Belém, 29 de março de 1995), foi um maestro, pianista, escritor e compositorbrasileiro. Artista símbolo do Pará, tanto que a cidade de Belém possui uma praça e um teatro que levam seu nome..
Waldemar Henrique era filho de um descendente de portugueses e de indígenas. Depois de perder a mãe muito cedo, foi com o pai para Portugal, retornando ao Brasil em 1918. A partir de então viajou pelo interior da Amazônia, época em que travou contato com os elementos da cultura e do folclore amazônicos que seriam mais tarde característicos de sua obra musical.
A primeira música de sucesso de Waldemar Henrique foi Minha Terra, composta em 1923. Em 1929 estudou no Conservatório Carlos Gomes. Sua família era contra, e seu pai insistiu para que ele se desviasse de sua vocação empregando-o num banco.
Mudou-se para o Rio de Janeiro em 1933, onde estudou piano, composição, orquestração e regência. Suas obras têm principalmente como tema o folclore amazônico, indígena, nortista e brasileiro. Waldemar Faleceu em 29 de Março de 1995 aos 90 anos vítima de Câncer
Waldemar Henrique da Costa Pereira nasceu na cidade de Belém, estado do Pará, no dia 15 de fevereiro de 1905. Sua mãe, Joana da Costa Pereira, era de origem indígena e morreu quando Waldemar Henrique tinha um ano de idade, tendo sido ele criado por sua tia, Estefânia Rosa da Costa, que casou-se com seu pai, Thiago Joaquim Pereira, português.
Sua infância foi vivida na cidade do Porto, em Portugal, país que lhe inspirou posteriormente a composição de três canções. Waldemar Henrique possuía sérios problemas de vista, que foram descobertos aos seis anos de idade, enquanto estudava em uma escola em Portugal. Antes disso, achavam que ele era uma criança um pouco lenta e desajeitada, que deixava os copos caírem e esbarrava nas cadeiras. Levaram-no ao oftalmologista por recomendação da professora, e foi prescrito que começasse a usar óculos, mas sempre os quebrava em suas brincadeiras. Por isso proibiram-no de brincar, o que fez dele um menino extremamente observador e pensador (PEREIRA, 1984, pp. 21–22). Em sua maturidade, afirmou ter tido dificuldades com sua visão desde criança e, desde então, se consultava frequentemente com oftalmologistas.
Em 1918, aos 13 anos, retornou a Belém, quando começou a estudar piano. Em 1929, aos vinte e quatro anos, ingressou no Conservatório Carlos Gomes com forte incentivo do professor e maestro italiano Ettore Bosio. Fez curso de regência com Arthur Bosmans, mas não pretendia seguir carreira devido a seus problemas de visão, como glaucoma e catarata, que pioravam a cada ano e que, ao final de sua vida, o fizeram quase cego.
Waldemar Henrique era um adepto da música tradicional. Conheceu Hans Joachim Koellreutter (1915 - 2005) e dizia não se identificar com aquele estilo experimental. W. Henrique ganhava a vida com sua música, que era bem aceita. Ele admirava seu próprio trabalho e vivia perseguindo a composição de uma obra-prima (CLAVER FILHO, 1978, p. 72). Talvez ele tenha feito não somente uma, mas várias, já que mais de cento e cinquenta canções, além de peças para piano solo, coro, orquestra e música para novela, teatro e filmes, formam a obra do compositor. Muitas delas, na primeira escuta já agradam a todo tipo de ouvido e seduzem a tantos músicos, que frequentemente recorrem à obra do compositor para fins de estudo ou para incrementar seu repertório.
Suas obras têm principalmente como temas o folclore amazônico, indígena, nordestino e afro-brasileiro. É autor da primeira versão musical (1958) de Morte e Vida Severina, de João Cabral de Melo Neto, poema dramático premiado pelo Jornal do Comércio.
Rádios, teatros e cassinos do Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte foram os locais onde W. Henrique mais atuou. Excursionou também por várias outras cidades do Brasil e pelo exterior, como na Argentina, Uruguai, França, Espanha e Portugal. Por mais de dez anos, o compositor dirigiu o Theatro da Paz em Belém do Pará, cidade onde, em setembro de 1979, foi inaugurado um teatro para 220 pessoas, batizado com seu nome.
Waldemar Henrique morreu no dia 27 de março de 1995, sem sofrimento, de causas naturais, um mês e meio após ter completado noventa e um anos de idade. (Informação fornecida por Sebastião Godinho, amigo e ex-secretário particular de Waldemar Henrique, em novembro de 2005, via telefone.)
Walter Bandeira
(Belém do Pará, 31 de agosto de 1941 - 2 de junho de 2009) foi um cantor e ator brasileiro.
Walter Bandeira foi um destacado artista paraense.
Cantor, locutor, pintor, ator, professor, bacharel em Filosofia e poliglota fluente em francês, surgiu no cenário cultural paraense na década de 60. Filho da professora Risoleta Bandeira e irmão do notável jornalista e também cantor Euclides "Chembra" Bandeira. Começou cantando por volta de 1967/68 numa boate chamada Tic Tac e acompanhou o início da carreira de cantoras do primeiro time da MPB, como Fafá de Belém, Jane Duboc e Leila Pinheiro.
Nos palcos, sua voz e suas performances sempre atraíam grande público. Nos anos 70, em parceria com o pianista Leslie "Sam" Oliveira que foi professor de música da cantora Jane Duboc, formou a banda musical Quinteto Sam & Walter Bandeira, com a participação do guitarrista Bob Freitas, do baixista José Maneschy e do baterista João Moleque, que marcou as noites que agitavam os clubes e salões de festas em Belém do Pará como Assembléia Paraense, Tênis Clube do Pará, Pará Clube, Clube do Remo, Tuna Luso Brasileira entre outros. Foi crooner dos pianistas Guilherme Coutinho e Álvaro Ribeiro. Fez muito sucesso na década de 80 com o grupo Gema, ao lado novamente de Bob Freitas com Nêgo Nelson, Kzan Gama e Dadadá, badalando as casas noturnas da cidade como no bar Maracaibo, Clube do Círculo Militar, Iate Clube do Pará e boate La Cage. Ainda nos anos 90, Walter conservava sua legião de fãs e era uma certeza de casa lotada todas as semanas no concorrido Bar & Café Cosanostra, localizado no bairro de Nazaré em Belém.
Apresentou-se inúmeras vezes no Theatro da Paz onde participou de shows ao lado de nomes como Pery Ribeiro e Johnny Alf, foi cartaz frequente no Teatro Experimental Waldemar Henrique onde fez uma de suas apresentações mais memoráveis com o show "Assim", ocasião em que o público intelectual da terra deliciou-se com seu inconfundível canto. O publicitário Pedro Galvão brincou na época: "Pior que o Walter Bandeira, só a Elis Regina". Gravou poucos discos e não nutria maiores ambições de sair de Belém e ganhar o mundo. O universo de Walter era o Pará.
Walter Bandeira ficou conhecido como a grande voz do Pará. Pela versatilidade de seu talento tornou-se um dos mais requisitados e prestigiados locutores paraenses, ganhando grande destaque no mercado publicitário e audiovisual, emprestando sua sonora voz na produção de peças publicitárias famosas na mídia regional, como em propagandas da marca de alimentícios Hiléia e no vídeo institucional para televisão do evento Arte Pará.
Como ator, participou de várias espetáculos e filmes. Participou do longa-metragem paraense Lendas Amazônicas (1998), ao lado de Cacá Carvalho e Dira Paes.
Nos últimos anos era professor de voz e dicção da Escola de Arte e Dança da Universidade Federal do Pará. Em 2009 Walter Bandeira teve seu primeiro registro em CD concluído. A obra intitulada "Guardados & Perdidos" foi a síntese de uma desejo cultivado com o amigo e pianista Paulo José Campos de Melo, e traz composições de Chico Buarque, João Bosco, Jaques Brél e do próprio Walter com a música que deu nome ao CD. Walter recebeu o CD de sua produção com muita euforia, porém não teve tempo de fazer seu show de lançamento.
Faleceu em Belém, no dia 2 de junho de 2009 após complicações por um câncer no esôfago. Tinha 67 anos de idade.
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