BELÉM DO PARÁ

Belém

      Ocupando uma área de 1 065 km², Belém conta atualmente com 1 432 844 habitantes e é a segunda cidade mais populosa da Amazônia. Limita-se com o município de Ananindeua.
Relevo: Planície amazônica
Vegetação: Floresta Amazônica

Criada por lei complementar federal em 1973 alterada em 1995, 2010 e em 2011, a Região Metropolitana de Belém (RMB), com 2 360 250 habitantes IBGE/2013, compreende os municípios de Ananindeua, Belém, Benevides, Marituba, Santa Bárbara do Pará, Santa Isabel do Pará e Castanhal. Devido ao intenso processo de conurbação, hoje a Região Metropolitana de Belém é o maior aglomerado urbano da Região Norte. É a 177ª maior área metropolitana do mundo e 11ª do Brasil.

Área do Entorno

Cidades próximas como Abaetetuba e Barcarena encontram-se sob influência direta de Belém, sendo que as duas já ultrapassaram a marca de cem mil habitantes. A região do "Entorno de Belém", compreende municípios em um raio de até 60 quilômetros a partir da capital paraense, apresentando integração contínua, com uma população que se aproxima de 3 milhões de pessoas.



MUNICÍPIO

       É um município brasileiro, capital do estado do Pará, pertencente à Mesorregião Metropolitana de Belém e à Microrregião de Belém. Com uma área de 1 064,918 km², localiza-se no norte brasileiro, distante 2 140 quilômetros de Brasília.
      Com uma população de 1 532 844 habitantes, é a metrópole localizada mais ao norte do Brasil, possuindo também a segunda maior densidade demográfica da Região Norte (1307,17 hab/km²). A Região Metropolitana de Belém, do qual é sede, é a segunda mais populosa da Região Norte, a 11ª do país e a 178ª do mundo. A cidade de Belém é classificada como uma das capitais com melhor qualidade de vida do Norte do Brasil.
    Em seus quase 400 anos de história, Belém vivenciou momentos de plenitude, entre os quais o período áureo da borracha, no início do século XX, quando o município recebeu inúmeras famílias europeias, que influenciaram grandemente a arquitetura das edificações locais, ficando conhecida na época como Paris n'América. Hoje, apesar de ser cosmopolita e moderna em vários aspectos, Belém não perdeu o ar tradicional das fachadas dos casarões, das igrejas e capelas do período colonial.

     A cidade exerce significativa influência nacional, influenciando mais de oito milhões de pessoas nos estados do Pará, Amapá e Tocantins seja do ponto de vista cultural, econômico ou político. Conta com importantes monumentos, parques e museus, como o Theatro da Paz, o Museu Paraense Emílio Goeldi, o parque Mangal das Garças, o mercado do Ver-o-Peso, e eventos de grande repercussão, como o Círio de Nazaré.  

     A região onde atualmente encontra-se a cidade de Belém foi, em meados do século XVIII, um pequeno lugarejo que serviu de morada para os índios xucurus.
O estabelecimento do primitivo núcleo do município remonta ao contexto da conquista da foz do rio Amazonas à época da Dinastia Filipina por forças luso-espanholas sob o comando do capitão Francisco Caldeira Castelo Branco, que, a 12 de janeiro de 1616, fundou o Forte do Presépio. A povoação que se formou ao seu redor foi inicialmente denominada de Feliz Lusitânia. Posteriormente foi sucessivamente denominada como: Santa Maria do Grão Pará; Santa Maria de Belém do Grão Pará; até a atual Belém. Belém foi a primeira capital da Amazônia.

     Nesse período, ao lado da atividade de coleta das drogas do sertão, a economia era baseada na agricultura de subsistência, complementada por uma pequena atividade pecuária e pesca, praticada por pequenos produtores que habitavam, principalmente, na ilha do Marajó e na ilha de Vigia. . Distante dos núcleos decisórios das regiões Nordeste e Sudeste do Brasil e fortemente ligada a Portugal, Belém reconheceu a Independência do Brasil apenas a 15 de agosto de 1823, quase um ano após a sua proclamação.

    Durante o ciclo da borracha, Belém foi considerada uma das cidades brasileiras mais desenvolvidas e uma das mais prósperas do mundo, não só pela sua posição estratégica - quase no litoral -, mas também porque sediava um maior número de residências de seringalistas, casas bancárias e outras importantes instituições.

    O apogeu foi entre 1890 e 1920, quando a cidade contava com tecnologias que as cidades do sul e sudeste brasileiros ainda não possuíam. A cidade já possuía: o Cinema Olympia (o mais antigo do Brasil em funcionamento), considerado um dos mais luxuosos e modernos da época, inaugurado em 21 de abril de 1912no auge do cinema mudo internacional; o Teatro da Paz, considerado um dos mais belos do Brasil, inspirado no Teatro Scala de Milão; o mercado de ferro Ver-o-Peso, a maior feira livre da América Latina; o Palácio Antônio Lemos; a Praça Batista Campos e muitos outros.

     Pela mesma razão, foram atraídas, nesse período, levas de imigrantes estrangeiros, como portugueses, chineses, franceses, japoneses, espanhóis e outros grupos menores, a fim de desenvolverem a agricultura nas terras da Zona Bragantina.

     A comarca da capital, com sede em Belém, envolvia, além do seu município, os de Acará, Ourém e Guamá. Possuía quinze freguesias: Nossa Senhora da Graça da Sé, Sant'Ana da Campina, Santíssima Trindade e Nossa Senhora de Nazareth do Desterro, na capital. No interior as de São José do Acará, São Francisco Xavier de Barcarena, Nossa Senhora da Conceição de Benfica, Sant'Ana de Bujaru, Nossa Senhora do Ó do Mosqueiro, Sant'Ana do Capim, São Domingos da Boa Vista, São João Batista do Conde, São Miguel do Guamá, Nossa Senhora da Piedade de Irituia e Divino Espírito Santo de Ourém.

    Observa-se que, nessa época, o indígena teve participação direta na economia local, por já estar mais reservado nas áreas afastadas dos centros urbanos, vivendo sua própria cultura, depois de ter enfrentado os colonizadores em muitos conflitos.

     Cresceu, em contrapartida, o comércio de escravos, trazidos para os trabalhos gerais necessários e surgiu a figura do caboclo, que já se desenvolvia com a miscigenação.

CABANOS

     A cabanagem foi uma revolta social ocorrida no Império do Brasil, na então Província do Grão-Pará (região norte do Brasil, atual estado do Pará), ocorrendo de 1835 a 1840, durante o período regencial brasileiro. O conflito ocorreu devido à irrelevância política à qual a província foi relegada após a Independência do Brasil e o cenário de pobreza extrema povo paraense. A Cabanagem é um dos maiores conflitos já ocorridos na história do país.
   Considerada a de participação mais autenticamente popular da história do país, única em que a população efetivamente derrubou o governo local. Grão-Pará recebeu o título de Imperial Município, conferido por dom Pedro II (1840-1889).

    A denominação "cabanagem" remete ao tipo de habitação da população pobre ribeirinha, formada principalmente por mestiços, escravos livres e índios. Embora a elite fazendeira da Província morasse muito melhor, sentia a falta de participação nas decisões do governo central, dominado pelas províncias do Sudeste e do Nordeste.

     A guerra durou cerca de cinco anos e provocou a morte de mais de 40 000 pessoas, cerca de 30% da população do Grão-Pará foi dizimada, tribos inteiras foram completamente exterminadas, visto como exemplo a tribo mura.

ASPECTOS HIDROGRÁFICOS

    Os rios que passam por Belém são o rio Amazonas, rio Maguari e rio Guamá. A Baía do Guajará é uma baía que banha diversas cidades do estado do Pará, inclusive sua capital. É formada pelo encontro da foz do rio Guamá com a foz do rio Acará.
rio Amazonas – é o maior rio da Terra, tanto em volume d'água quanto em comprimento (6 992,06 km de extensão). Tem sua origem na nascente do rio Apurímac (alto da parte ocidental da cordilheira dos Andes), no sul do Peru, e deságua no oceano Atlântico, junto ao rio Tocantins.


Rio Maguari - banha a Região Metropolitana de Belém.
Rio Guamá – é um rio localizado no nordeste do Pará, cuja bacia hidrográfica drena uma área de 87 389,54 km². A navegabilidade é viável nos últimos 160 quilômetros do rio, do município de São Miguel do Guamá à Baía do Guajará. Entre seus afluentes, destacam-se os rios Acará, Capim e Moju. No rio Guamá, é comum ocorrer o fenômeno da pororoca. Na sua margem direita, se situa o campus principal da Universidade Federal do Pará, à altura de Belém. Cerca de 75% da água consumida na cidade vem deste rio, que recebe 11 córregos.


ASPECTOS RELIGIOSOS

     A maior parte da população na cidade é católica, porém é possível encontrar pessoas adeptas das mais diversas religiões, como o espiritismo e o protestantismo. Também estão muito presentes as religiões afro-brasileiras trazidas da África pelos escravos. Há ainda manifestações de muitas outras religiões, vindas dos mais diversos lugares do mundo, como o islamismo, o judaísmo (a primeira sinagoga do Brasil independente foi construída em Belém), o neopaganismo ou o mormonismo. Cerca de 72,10% da população de Belém é católica, 18,30% são protestantes, 1,53% são de orientação Espírita, 0,19% são seguidores de religiões de origem africana e 0,1% são judeus.
Católicos
      A maior parte da população é católica e o município sedia o Círio de Nazaré, que acontece anualmente no segundo domingo de outubro, reunindo cerca de dois milhões de fiéis. O Círio, em devoção a Nossa Senhora de Nazaré, é a maior festa cristã do país e a maior procissão católica do mundo, sendo celebrada desde 1793, no município de Belém do Pará.
Atualmente, as manifestações de devoções religiosas estendem-se por quinze dias, durante a chamada quadra Nazarena. Entre os pontos altos dessa manifestação, destacam-se: romaria fluvial, romaria rodoviária, moto-romaria, transladação, procissão do Círio, o Círio propriamente dito e o recírio. A capital paraense possui inúmeras igrejas, capelas e santuários, das quais se destacam a Catedral Metropolitana de Belém, a Basílica de Nossa Senhora de Nazaré e a Igreja de Santo Alexandre.

Evangélicos

No início do século XX, a Igreja Batista da cidade recebeu dois missionários suecos oriundos dos Estados Unidos: Daniel Berg e Gunnar Vingren. Esse missionários diziam-se batistas suécos e teriam vindo dos EUA embalados pelo trabalho missionário desenvolvido no país. Sob a autorização do reverendo Nelson ficavam à frente do trabalho enquanto esse ia aos EUA em busca de fundos para a obra. Enquanto fora, os missionários aproveitavam a oportunidade para pregar o pentecostalismo ao qual tinha se convertido ainda nos Estados Unidos. Devido as dissenções acabaram sendo convidados a se retirarem em 1910, formando sua própria congregação com o grupo que concordava com os novos ensinos. Mais tarde essa congregação seria a Igreja Evangélica Assembleia de Deus, a maior igreja evangélica do Brasil, e a maior igreja pentecostal do mundo. Belém se tornou o berço da doutrina pentecostal evangélica e já foi palco de grandes eventos evangélicos. Depois do catolicismo, esta é a segunda religião mais praticada na cidade e possui um grande números de igrejas evangélicas, dentre as quais as principais são: Assembleia de Deus, tendo sua fundação nacional primeiramente em Belém, Igreja Internacional da Graça de Deus, Igreja do Evangelho Quadrangular e Igreja Batista.

Judeus

Grande parte dos judeus em Belém chegaram à cidade no século XIX, oriundos do Marrocos, descendentes dos refugiados da Inquisição na Espanha e em Portugal (1496). Os judeus se dirigiram para a região com intuito de poder praticar sua fé com liberdade e enriquecer com o crescente extrativismo da região, facilitados pela carta régia, que abriu os portos do país para nações amigas. Muitos migraram diretamente para Belém e outros se espalharam pelas cidades ao longo do Rio Amazonas, depois migrando para a capital.
Também foi inaugurada em 1824 a primeira sinagoga do Brasil Império, a "Eshel Abraham", e o primeiro cemitério judaico do país em 1842. Com a proclamação da república e a separação da Igreja do Estado, em 1889, esse fluxo foi intensificado, aliado ao Ciclo da Borracha, que estava vivendo seu apogeu nesse período.
Belém possui três sinagogas — Eshel Abraham, Shaar Hashamaim e uma unidade do Beit Chabad —, a sede da Congregação Israelita do Pará, uma necrópole israelita, um cemitério judeu e uma Hebraica campestre. Com exceção destes dois últimos, todos os cinco anteriores encontram-se dentro de um polígono relativamente pequeno no centro urbano, na tríplice divisa dos bairros da Campina, Batista Campos e Nazaré, a não mais de 830 metros de distância um do outro. Segundo o Censo 2010, a capital paraense é o domicílio de 1.346 judeus, sendo a sexta cidade com o maior número no país, a primeira no Norte e onde a densidade percentual de população judaica é o dobro da média nacional. A comunidade é predominantemente se fara dita. O município concentra quase 70% de todos os judeus do estado, enquanto o segundo é Ananindeua, com 6%, e depois Santarém, com 5%. Os cerca de 20% restantes estão dispersos em agrupamentos menores.

Outras


Também estão presentes na cidade a Igreja Universal do Reino de Deus, A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, Igreja Adventista do Sétimo Dia e Testemunhas de Jeová.

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